Situada no segundo maior polo de moda do Brasil, a Fadire conta com o curso de Bacharelado em Design de Moda. Visando a profissionalização nesse nicho de mercado, o curso teve início em 2005, após autorização do MEC, e seu reconhecimento em 2011 após a formatura da primeira turma.

Atualmente o curso é coordenado pela Professora Érika Nascimento, que foi aluna da Fadire de 2006 a 2009, atua também como consultora em modelagem manual e computadorizada nas empresas da região. A Fadire tem um grande diferencial, por fazer parte do segundo maior polo de moda do Brasil, os estudantes têm facilidade no acesso às informações sobre fabricação e matéria prima.

Após uma recente visita à capital francesa, o Professor Cléber Lima trouxe diversas dicas e novidades aos alunos, após visitar feiras de tecidos e empresas que trabalham com a indústria sustentável. “Basicamente, o objetivo dessa viagem foi perceber os novos movimentos de comportamento, os movimentos de consumo”, disse o professor em entrevista ao Blog Merece Destaque.

“Nós vivemos uma realidade muito especial aqui no Polo do Agreste e, quer queira, quer não, as informações que a gente aplica nos produtos, independente do preço, elas vêm desses grandes centros, mas é diferente você estar dentro do circuito, lhe dá uma segurança muito maior, você se sente parte integrante desse processo de mudança, você não somente é um espectador, você sente que está dentro do contexto e passa a ter outra visão sobre o seu processo de trabalho, tendo a ideia de que o que nós fazemos não é mal feito, dá a ideia de que o que nós fazemos é uma versão adequada para o que nós temos de necessidade, porque tem muito isso de se dizer que o de fora é melhor, de que é mais bem feito, só que é um ponto meio controverso, porque eu acredito muito que o que a gente produz enquanto educação, enquanto produto, é uma resposta às demandas que existem ao nosso redor, então eu não posso, por exemplo, querer comparar Santa Cruz com Berlim, vai ser uma coisa ridícula, então serviu muito para isso também, para entender e valorizar as nossas particularidades, mesmo sendo uma coisa positiva ou negativa. Deu pra esclarecer muita coisa, porque às vezes quando você está muito dentro do mercado acaba cometendo o erro de entender que a coisa estagnou ou que não existem novas possibilidades.”

“Conhecimento e informação é algo compartilhado, eu não posso dizer, que o professor detém a novidade, isso é ilusão, mas eu voltei muito motivado no sentido de colocar eles [alunos] no contexto de transformadores. Eu percebi muito que o que falta no nosso mercado é acreditar mais naquilo que sabe fazer bem e buscar profissionalizar o que sabe fazer. Muita gente ainda tem a ideia de que tem que se profissionalizar nos mesmos perfis de quem trabalha em São Paulo para ter um nível bom, mas eu voltei com a ideia de que é o oposto, de que você tem que se profissionalizar e desenvolver seu conhecimento com base naquilo que você precisa, dentro do seu contexto, não existe um modelo ideal de conhecimento, cada um tem as suas particularidades e eu vou muito nesse sentido de observar mais o que a gente tem de demanda.”